Finanças Comportamentais: como você pode dominar o mercado financeiro

Escrito por Comportamento, Investimentos, Mentalidade

Finanças Comportamentais: como você pode dominar o mercado financeiro

Entenda as finanças comportamentais; o estudo de como as emoções afetam suas decisões e aprenda a como melhorar os seus investimentos. 

Texto: Finanças Comportamentais: como você pode dominar o mercado financeiro - Positive Company

Você já parou para analisar como suas decisões são tomadas? 

Essa questão que abre o nosso artigo é, provavelmente, uma das mais importantes para que você possa entender como chegou onde está hoje e como tem tomado suas decisões financeiras. 

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a maioria das nossas decisões não são tomadas a partir de análises racionais, mas sim a partir de emoções. Por mais que você tente negar, o campo das finanças comportamentais já provou e segue provando como o estado emocional afeta em decisões que ditam o destino de nações e o destino da sua vida.

Entretanto, não precisa se preocupar, apesar de soar como algo que foge ao nosso controle, abro espaço para deixar a você o primeiro dos vários aprendizados que terá nesse artigo: Você não pode controlar suas emoções, mas pode  controlar o que fará depois que senti-las.

Vivemos a todo momento tomando decisões, fazer isso é algo intrínseco ao viver– não dá para viver sem tomar decisões, por isso é uma coisa que acontece tão naturalmente e, na maioria das vezes, nem percebemos que estamos tomando uma decisão.

Isso acontece porque utilizamos das respostas rápidas, dos atalhos mentais, da chamada heurística– que nada mais é do que o mecanismo que o cérebro possui para que você não tenha que pensar tanto.

É como um efeito click-zum, onde ao nos depararmos diante de uma situação nosso cérebro ativa esses atalhos para amenizar o desgaste e o tempo para a tomada de decisão, tudo rápido e sem muitos questionamentos.

Acredito nesse momento você pode estar se questionando: “mas isso não é ótimo? Afinal, facilita o dia a dia”.

Bem, em certos momentos sim! 

Mas para nós, investidores, esse sistema pode nos levar a tomar riscos e assumir compromissos que serão muito ruins. Por isso, tenho que reforçar que o maior e o pior aliado do investidor é o próprio investidor, pois no calor da emoção, movido pelos atalhos mentais, podemos acabar entrando em grandes ciladas.

Nesse artigo você poderá descobrir quais são esses atalhos mentais e como dominá-los ao ponto de reconhecer quando eles estão levando você ao caminho das decisões ruins. Então, bora dominar o mercado financeiro.




O que você vai aprender:




O que são as Finanças Comportamentais?


Desde que o mundo é mundo a economia sempre foi algo que gerou muitas questões e estudos e com o passar dos anos essas questões passaram a ficar cada dia mais amplas e mais segmentadas. Uma das áreas de pesquisa que desmistificou muitos conceitos tradicionais acima da economia tradicional é o das finanças comportamentais.

Dois nomes significativos para esse estudo são o de Daniel Kahneman (responsável pelo livro Rápido e Devagar, uma importante escrita sobre o comportamento do investidor) e Amós Tversky. 

A área de pesquisa de Finanças Comportamentais se trata do estudo psicológico e econômico atrelado à tomada de decisão das pessoas. Ela trabalha no impacto que as emoções causam e sobre as percepções cognitivas e sociais que influenciam nosso comportamento na hora de tomar alguma atitude ligada ao dinheiro.


Como funcionam?


A partir de estudos, pesquisas e acompanhamentos, estudiosos da neurociência junto a profissionais atuantes na área de economia desenvolveram teorias importantes que comprovam a influência emocional nas decisões econômicas. 

Ao contrário do que muitas teorias da economia tradicional afirmavam, como a de que as decisões eram racionais e que as pessoas sempre iriam optar em não correr riscos, as finanças comportamentais provam que tudo é ligado a emoções.

Em um aspecto geral, ela estuda como o cérebro engana a si mesmo ao utilizar sistemas que visam facilitar o processo de tomada de decisões e resoluções de problemas. A finança comportamental faz a análise de como nosso cérebro utiliza de heurística – que podemos chamar de atalhos mentais – a partir de influências sociai, crenças, hábitos comportamentais e emoções, para acelerar a tomada de decisão o que, por muitas vezes, leva você a decisões equivocadas.


Por que você precisa conhecer sobre os vieses das finanças comportamentais?


Ao entender sobre finanças comportamentais você compreenderá melhor sobre suas compras e porque você se auto sabota na hora de poupar. Você poderá entender quais são os motivos que te impedem de fazer investimentos mais arrojados e porque suas escolhas no mercado não atingem o sucesso esperado. Além disso, você poderá analisar como está sendo influenciado a tomar decisões financeiras sem mesmo perceber.

Compreender o funcionamento do seu psicológico te possibilitará fazer análises melhores, tomar decisões com mais cautela e se planejar com mais “pé no chão”.


Os 6  principais vieses que você precisa aprender sobre finanças comportamentais


Texto: Finanças Comportamentais: como você pode dominar o mercado financeiro - Positive Company
Animação:StoryBots

Viés da ancoragem


Sabe quando você ouve de um amigo que algum produto é bom e quando chega ao mercado para fazer suas compras, acaba levando aquele produto? Por trás dessa ação tem o viés da ancoragem. Ele faz com que você leve em consideração, de forma mais enfática, a primeira informação sobre um determinado assunto e, assim, na hora da sua decisão você leva em conta esses primeiros dados. 

Como no exemplo, na hora da sua compra, você levou em conta o dado de qualidade. No mercado financeiro isso tende a acontecer quando você se apega a dados como só o Dividend Yield (DY) e deixa os outros dados de lado, o que leva você a tomar decisões ruins. 

Para se proteger desse atalho mental você pode seguir algumas dicas como: 

  • Sempre analisar se está preso a um único dado/informação e, se sim, buscar mais informações;
  • Buscar informações sobre as taxas como inflação, CDI, Selic e demais, para que esteja sempre por dentro das atualizações;
  • Evite agir de maneira impulsiva, sempre seja crítico acima do que está fazendo e se pergunte se aquele momento é o ideal para decidir aquilo. 

Aversão à perda


Costumamos dar mais importância à perda do que ao ganho, isso foi comprovado pelo estudo de Tversky e Kahneman (1979), onde citam que a dor da perda é duas vezes maior do que a sensação de ganho. Essa atitude acaba nos induzindo a tomar decisões precipitadas, além de assumir riscos para “reparar” perdas que fugiram do controle. 

Pense quantas vezes você já tentou voltar atrás em uma coisa que falou porque sentiu medo de perder alguém ou algo, esse é um exemplo da aversão à perda. 

No mercado financeiro esse comportamento está presente quando você olha para o gráfico e percebe que um ativo da sua carteira está em queda, mas você não sai do ativo porque não quer perder. 

Lembre-se que é preciso análise e estratégia – e mais importante, seguir a estratégia. Por isso, siga algumas regras como:

  • Evite checar o gráfico e precificação dos ativo o tempo todo;
  • Se informe sobre a situação e busque estudar o funcionamento do mercado;
  • Mantenha-se informado do cenário econômico;
  • Analise periodicamente a sua carteira a fim de entender como está a saúde dos seus investimentos;
  • Sempre se questione se a sua decisão está sendo racional ou motivada pelo medo da perda e se essa sensação faz sentido.

Viés da confirmação


Diz sobre a reação e tendência de sempre darmos importância ao nosso conhecimento prévio sobre algum assunto e buscar meios de confirmá-lo quando encontramos algo novo. Fala sobre o fato de ignorarmos aquilo que foge das nossas crenças. 

Esse é o típico comportamento de quem busca estar sempre certo, pois o viés da confirmação se trata de utilizar experiências passadas para realizar coisas novas. 

Como, por exemplo, quando você entra para investir em ações e diz que já sabe como é porque já investiu em renda fixa e “deve ser a mesma coisa”.  Como as ações são coisas novas, você aciona seu conhecimento prévio para dar base ao assunto novo e, como sabemos, não dá bons resultados.

Agir dessa forma causa muitas dores de cabeça e no mundo dos investimentos temos que ser humildes e compreendermos que o mercado possui seu próprio universo e nós temos que respeitá-lo e estar sempre buscando novos aprendizados, por isso, para evitar ser prepotente e achar que é o sabe tudo, busque compreender o que está acontecendo.

  • Busque auxílio para compreender coisas que não sabe;
  • Evite entrar em operações que não conhece, se informe antes;
  • Estude para evitar que tome atitudes baseadas em pouco conhecimento;
  • Seja cauteloso antes de fazer suas operações.
Texto: Finanças Comportamentais: como você pode dominar o mercado financeiro - Positive Company
Animação: OneShotCA

Viés do retrovisor


Aqui mostra o hábito que o ser humano possui de tentar resolver situações complexas com respostas fáceis. É como tentar explicar situações passadas como se fossem previsíveis e, desta forma, “prever” as resoluções de problemas futuros a partir desses conhecimentos. 

Sabe quando você olha uma rentabilidade passada e tenta prever que o ativo que está investindo dará aquele retorno novamente? 

Você está agindo no viés do retrovisor. O problema não é levar esse dado em conta e sim SÓ levá-lo em conta. Guarde aí na sua memória: rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Devemos entender que não podemos olhar para o passado achando que ele explicará o futuro, você precisa ser crítico e entender que problemas complexos não vão ser respondidos com respostas simples.

Falácia do apostador


É o ato de tentar calcular probabilidades e estatísticas se baseando em acontecimentos que se repetiram tentando prever o que acontecerá no futuro. 

Como sabemos, o mercado de renda variável não existe essa certeza, pois ganho passado não é certeza de ganho futuro. Sabe quando você está jogando dados e ele repetidamente cai em um lado e você acredita que ele irá cair novamente na mesma posição pois caiu as últimas vezes? Essa é a falácia do jogador. 

No mercado acontece quando você acredita que um ativo irá subir pelo quarto dia, porque subiu os últimos três, sem nem ter analisado o gráfico e as situações que influenciam a subida ou a descida do ativo. Esse comportamento faz com que você assuma riscos sem ter embasamento, provocando assim um grande problema a ser enfrentado.

Para evitar ser um jogador, tente fazer o seguinte:

  • Aprenda a analisar cenários econômicos;
  • Sempre questione se está sendo racional ou se está apenas se baseando em uma falsa probabilidade;
  • Busque se informar sobre o que tem acontecido, pois só com informação você poderá se munir para tomar as decisões acima daquele ativo.

Efeito enquadramento


Tudo na vida é feito através do enquadramento, ou seja, olhamos para situação a partir de uma determinada perspectiva e decidimos nos baseando no que vemos ali. No mercado, tendemos a olhar determinados ativos e pensar “está caro” “está barato” e isso parte do enquadramento, pois muitas vezes ficamos presos a determinadas informações e aceitamos aquilo como verdade. 

O efeito do enquadramento acontece nas indicações, nas análises, nos noticiários e nas discussões sobre as pautas econômicas. Tudo nesse mundo pode estar sujeito a um determinado enquadramento. Por isso, é preciso que você pense em

  • Sempre buscar mais de uma fonte de informação sobre o assunto;
  • Analisar quais fatores podem ser tendenciosos e como tirá-los do seu radar;
  • Ficar atento a promessas extraordinárias;
  • Seja questionador(a).

Comportamento de manada


Sabe quando você compra uma roupa porque todo mundo tem uma igual? Esse é o efeito manada. Nele buscamos agir como as demais pessoas e essa ação é dada por vários motivos, seja aceitação social ou até mesmo sobrevivência. 

Esse comportamento pode ser bom ou ruim, por isso precisa ser analisado. No mercado financeiro isso acontece quando você entra ou sai de um ativo porque está ‘todo mundo’ fazendo, sem pensar na sua estratégia ou em suas análises. Você só age repetindo o que os outros estão fazendo ou falando para fazer.


O que fazer para não praticar esses comportamentos?


Em regras gerais, o primeiro passo é  entender sobre quais sensações dominam você. A ganância e o medo são as duas principais e as mais presentes na vida do investidor, e está tudo bem reconhecer que elas fazem parte do seu dia a dia. Reconhecer isso é uma forma de controlá-las, lembra quando disse que não podemos controlar as emoções, mas podemos decidir o que fazer com elas? Bem, é neste ponto que chegamos.

Após conhecer cada um desses atalhos mentais, você está apto a se tornar um investidor mais assertivo. Sendo assim, algumas dicas finais: estude sobre finanças comportamentais e passe a exercer um ‘eu crítico’ em suas decisões financeiras, pois assim passará a identificar as oportunidades e ciladas de maneira mais clara. 


Finanças comportamentais no seu dia a dia


Você já percebeu que dinheiro e emoção são duas coisas que andam lado a lado, bem juntinhos, não é mesmo?

Agora que você domina e tem conhecimento de que nossas decisões são tomadas baseadas em emoção, sabe que é preciso se manter consciente do que está fazendo para não entrar em cilada.

Por isso, evite tomar decisões quando estiver sentindo fortes emoções (boas ou ruins), seja paciente e cauteloso com o seu dinheiro e com o processo.

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